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terça-feira, 28 de setembro de 2010

SOBRE AS ÁGUAS DO RIO CRISTALINO

Um amigo da eart, o Wladimir,mandou-me uma reportagem que foi publicada pela revista planeta que eu transcrevo abaixo:


Descer esse afluente do Araguaia de caiaque, à procura de tucunarés e de cenários deslumbrantes, foi o desafio de nosso repórter.

Texto e Fotos: Aluísio Rosa Faria


O Cristalino, em Mato Grosso, corre paralelo ao Araguaia e suas águas calmas e transparentes são perfeitas para marinheiros de primeira viagem em matéria de caiaque.

Em Luiz Alves, à beira do Rio Araguaia, nos confins de Goiás, um verdadeiro mercado persa nos aguardava na avenida beira-rio. Além da balbúrdia e das barraquinhas de ambulantes tradicionais, típicas das cidades ribeirinhas, ele tinha também um componente techno: a música ensurdecedora que saía dos porta-malas abertos de vários automóveis cujos ocupantes rodopiavam como dervixes, ao som do seu totem musical preferido. Tentávamos atravessar aquela babel quando uma caminhonete vermelha dobrou a esquina e se dirigiu ao centro do mercado onde, sem a menor cerimônia, estacionou. Um halo de néon azul-arroxeado emanava de seu interior. Todas as suas portas se abriram ao mesmo tempo, enquanto, por obra e graça de alguma mágica hidráulica, a cobertura da carroceria se ergueu até encostar na cabine. Surgiram 5 mil alto-falantes; talvez até mais. Em poucos segundos, um tsunami sonoro emergiu desse carro de som e varreu a pequena Luiz Alves. Para o nosso grupo, que deixava o mundo urbano em busca de aventuras num rio selvagem, essa recepção sem dúvida simbolizou um ritual de passagem.


A primeira balsa, acima, atravessa o Rio Araguaia.
Chegamos a Luiz Alves depois de 50 quilômetros por estrada de terra, e após uma guinada a oeste nas imediações de São Miguel do Araguaia. Antes disso, tínhamos percorrido outros 500 quilômetros desde Goiânia, através de uma rodovia cujo leito asfaltado, lá pelas alturas de Mozarlândia, tinha mais buracos que a superfície da Lua. Nosso destino era o Rio Cristalino, em Mato Grosso, que corre quase paralelo ao Araguaia, até desembocar nele, na altura da Ilha do Bananal. O plano era descer o Cristalino de caiaque. Uma remada de seis dias, por quase 130 quilômetros, até sua desembocadura. Oito remadores, em caiaques individuais, mais quatro pessoas em duas voadeiras – como são chamadas as canoas motorizadas no interior do Brasil. Elas transportariam toda a comida, barracas e a tralha necessária para os acampamentos diários.


      A segunda balsa, acima, cruza o Rio Cristalino.
       No meio, o preparo do tucunaré, e por último uma
 cena do acampamento à beira-rio.

No dia seguinte, a pouca distância de Luiz Alves, um corte profundo na barranca do rio nos levou à pequena balsa que faz a travessia do Araguaia. “Navegações Kim”, dizia a placa sob a pequena cabine da balsa. Sob orientação do comandante, demos duro para tracionar os veículos na areia fofa até conseguir vencer o degrau na proa da embarcação, cujo motor rugia no esforço para mantê-la posicionada contra o barranco. Cabos de atracação? Nenhum. Embarcados, por fim, uma foto registrava o início da aventura.

Durante a travessia, o grande e manso Araguaia reluzia. Do lado de lá, Mato Grosso, Estado que já representou um mítico Eldorado para pescadores e caçadores. Lembrei-me de meu tio Dilço, caçador das antigas, que nunca matava uma ave no chão. Ele contava histórias incríveis de caçadas de onça e encontros com índios xavantes na floresta, além da existência de peixes imensos – jaús e piraíbas capazes de arrastar um nadador desavisado para as profundezas do rio. Eram histórias contadas num estilo Hemingway, que deixavam a meninada excitada. Hoje, poderiam levar ao desmaio um ecologista mais sensível. Histórias de um tempo que se foi.
De volta ao presente, do outro lado do rio, um buraco na mata mostrava a direção a seguir. Penetramos numa trilha sinuosa, traçada na terra batida. Sorte de quem sai na frente, pois, para os que vão atrás, a poeira incomoda um bocado. A solução foi ligar o ar-condicionado, essa maravilha dos tempos modernos, com o ventilador ao máximo e as janelas fechadas. Cria-se uma pressão positiva que diminui sensivelmente a entrada de pó. Mas é preciso estar atento ao indicador de temperatura: sementes e pedaços de folhas podem rapidamente obstruir a frente do radiador, diminuindo a refrigeração do motor. E um motor fundido, num lugar desses... Por todo o trecho, áreas de floresta e de savana se alternavam. Quatro horas, para percorrer 50 quilômetros.


Daniel passa em revista os caiaques. Abaixo, um tucunaré briga para se livrar do anzol, mas vai parar na churrasqueira improvisada.



Ao chegarmos às margens do Cristalino, vimos que estávamos num outro Brasil. Ali também havia uma balsa... mas sem motores. Apenas um pranchão puxado com cabos de aço pela força dos braços e a boa vontade dos passageiros que embarcavam. As duas voadeiras, carregadas com nossos equipamentos, rapidamente estavam no rio. Logo partiram, sob o comando de Fernando e Rubão, incumbidos de montar o acampamento. Despachamos os automóveis de volta e arrastamos os caiaques para a água. A jornada começava.


Dois Daniéis, um Araí, mais Rafael, Danilo, José Marcos e André, além de Juarez e Bosco, que vieram só para pescar. E eu, claro. Taí, apresentada, a turma toda. Nossos caiaques são do tipo aberto, o que permite flexionar as pernas e dá maior mobilidade aos remadores. Bem diferentes daqueles em que o remador vai “ensacado”. Além disso, têm um pequeno compartimento para bagagem atrás do tripulante onde vai o salva-vidas, porque ninguém aguenta remar muito tempo vestido com aquilo. E, mais importante, um compartimento onde se encaixa, à perfeição, a empunhadura da imprescindível vara de pescar. Assim, ela está sempre à mão. Se bem que mãos, remo e vara às vezes provoquem confusões que podem resultar num banho para o desajeitado. Pretensiosos, trouxemos comida apenas para os jantares. Almoço, só com peixe fresco fisgado ao longo da primeira parte do trecho diário. Senão, seria fome certa.




Acima, um momento de distração e o anzol entra na carne.
Abaixo, um encontro no meio do rio.
A turma toda tinha prática no remo, menos eu e Daniel, meu filho, marinheiros de primeiríssima viagem em matéria de caiaque. Para baixo todo santo ajuda, eu pensava, animado, até que o outro Daniel, logo na saída, informou que a corrente do Cristalino mal chega a mil metros por hora. Era o próprio rio da preguiça. Além disso, percebi logo que, se parasse de remar, o caiaque insistia em rumar para uma das margens e lá se encostar. No primeiro dia, isso não me incomodou. Afinal, tínhamos quase a tarde toda para percorrer apenas sete quilômetros, até o primeiro acampamento.


Naquela noite, um círculo de cadeiras, ao redor de uma fogueira, foi nossa sala de estar. Sob o céu estrelado, acomodados numa nesga de praia entre a mata e o rio, filosofamos até altas horas. Mas vale notar que essa tranquilidade só aconteceu após um sem-número de insetos voadores ter cessado suas atividades, algum tempo depois do pôr do sol. Pelos mosquitinhospólvora, até esquadrões de imensas mutucas, fomos impiedosamente sugados.

No dia seguinte, subi no meu caiaque e saí bem cedo, muito antes dos outros. De forma alguma queria ficar horas para trás, sem falar nas paradas que queria fazer para tirar fotografias. No lusco-fusco da madrugada, o rio parecia fumegar – suas águas, nessas horas, são mais quentes que o ar da floresta. Meia hora depois, já distante do acampamento, o ambiente era idílico. O caiaque navegava silencioso. O som suave das remadas ritmadas pouco interferia na atmosfera reinante. Centenas de aves nas copas das árvores faziam muito alarido. Algumas capivaras pastavam na beira do rio, e uma sensação de relax prazeroso foi se apoderando de mim. Parecerei presunçoso se disser que tive vislumbres daquilo que os estudiosos da mente chamam de “sentimento oceânico”? Ele ocorre quando, por um breve momento, antes de a consciência fatalmente interferir, sentimos uma profunda conexão com o todo. Sentia-me no paraíso, até que o guinchar de um casal de ariranhas me tirou desse quase transe.
Um bom tempo depois ouvi o som das voadeiras. Não demorou para que Fernandão, provocando marolas que quase emborcaram o caiaque, passasse ao meu lado. “São mais uns 15 quilômetros até o novo acampamento”, gritou de passagem. “Não são tantos”, pensei, e resolvi pescar. Verdade que, nessa altura, a fome já reduzira o “sentimento oceânico” a um oco no estômago. Estávamos todos equipados para pegar tucunaré, peixe que normalmente se pesca com isca artificial – um peixinho falso, rodeado de anzóis, chamado garateia. Lança-se a isca para bem perto da margem e recolhe-se a linha enrolando a carretilha bem devagar. Muito agressivo, o tucunaré não suporta a presença daquele abusado em seu território. Voraz, ele praticamente se fisga sozinho. Depois, é uma briga danada até embarcá-lo. E é preciso ser rápido, senão o corredor polonês das piranhas deixa só a cabeça pendurada no anzol.


Fui alcançado pelo grupo. Pouco mais abaixo, Rafael descobrira uma lagoa ligada ao rio, e ela se revelou uma verdadeira mina de tucunarés. Uns dez peixes vieram logo para o nosso samburá. Despensa cheia, hora do almoço. Numa prainha, enquanto uns limpavam e passavam sal temperado dentro e fora dos peixes, outros saíram para catar lenha seca na mata e cortar alguns ramos verdes para a construção da churrasqueira. Pronta a armação, bastou colocar os peixes sobre ela, sem retirar as escamas. Quando estavam bem tostados por fora, foi só puxar a pele para encontrar uma carne branca, suculenta e perfumada. Comemos de joelhos, como se costuma dizer – afinal, não havia cadeiras.

Fernandão é também nosso cozinheiro. Boa gente, mas queixo duro, não leva desaforo para casa – é homem de resposta pronta. Suas réplicas são saborosas e pesadas, como sua comida. Infelizmente, todas impublicáveis. Num acampamento, é capaz de cozinhar até onça – se bem que não se disponha a pegá-las. Naquela noite, o jantar com que nos esperou foi ótimo: carne, macarrão e batata, tudo bem condimentado e com uma consistência bem mais substancial que o almoço.


Acima, uma área de alagado com muita vegetação.
É o esconderijo perfeito para cardumes inteiros de peixes grandes
que ali permanecem confinados. Abaixo, é preciso cuidado ao caminhar
 nas águas rasas: arraias com grandes ferrões podem estar à espreita.
 Ao lado, um tuiuiú alça voo e assinala o fim da viagem.

Dor. Acordei todo dolorido. Faz parte desse tipo de viagem. Depois de remar um dia inteiro, nada mais previsível. Sinto-me como um passarinhão que migrou do Canadá à Patagônia num voo sem escalas. É um custo levantar os braços. Os músculos laterais do tórax parecem dois pontaletes fincados no abdome. Sei que, quando começar a remar, vai melhorar; mas, só de pensar na fase de transição, desanimo. Será cruel. Engulo dois ovos duros e forço algumas rosquinhas goela abaixo. Tomo um bom copo de café – bebida que ultimamente é indicada como boa para tudo.

Logo depois, enquanto puxava o barco pelas águas rasas da margem, arrastava os pés no fundo arenoso. Mais do que pelo cansaço, fazia isso para afugentar arraias. Pisar numa delas é levar ferroada certa e sofrer uma dor quase insuportável. Se temos um conforto que não desejo experimentar é o kit de primeiros socorros do médico Daniel, que inclui alguns anestésicos e um bisturi que ele afia nas horas vagas. Ontem, precisou utilizá-lo para fazer uma pequena cirurgia no polegar esquerdo de Danilo.

Ele enfrentara um tucunaré tão grande que, no meio do embate, acabou fisgado. Outro cuidado necessário por aqui é com o candiru, pequeno peixe comum nos rios da bacia amazônica, semelhante a uma tênia. Ele tem o desagradável hábito de penetrar em orifícios alheios, principalmente na uretra de quem urina nu dentro d’água – depois, não sai mais. Só com uma cirurgia cuja simples menção faz tremer o mais empedernido dos machões. Apesar de alguns dizerem que isso é lenda, convenhamos: sob tal ameaça, quem se anima a tirar o calção?



Perto da hora do almoço, estávamos preocupados: havíamos fisgado apenas quatro peixes. De repente, num relance, vi um tucunaré passar rápido rio acima, perto da margem. Numa posição meio desajeitada, voltei-me para trás, lancei rápido a isca e, junto dela, foi-se a vara. Na tentativa de recuperar o caniço, perdi o equilíbrio e virei o caiaque. Daniel, que estava perto, disse nunca ter visto alguém retornar tão rápido à segurança do barco. Pudera, com a quantidade de piranhas, jacarés e candirus que me vieram à mente, bati os pés no fundo do rio e voltei como um míssil. Além do susto, tive de me contentar com apenas meio peixe, a ração de cada um.

Todo aventureiro que se preza tem seu Eldorado. O nosso era uma lagoa abarrotada de peixes, separada do rio pela vazante de inverno, que havíamos descoberto numa foto recente do Google. O significado da imagem era claro: tratava- se de muitos exemplares de peixes enormes confinados num espaço restrito. Assim, depois do almoço, viramos à esquerda num braço do rio e, após uns dois quilômetros contra a corrente, encontramos uma área de alagados com bastante vegetação. Como não dava para remar, tivemos de descer dos caiaques e puxá-los, às vezes com a água pela cintura. Claro que nos preocupávamos com a possibilidade de encontrar jacarés ou, até mesmo, uma enorme sucuri, mas o tamanho do prêmio nos fazia temerários.



A certa altura, chegamos a uma parte seca onde não houve outro meio senão arrastar os caiaques por terra. Por fim, suados e animados, achamos, em plena selva, a lagoa: “Mãos à obra. Vamos pegar o rei dos tucunarés!” E assim foi, por mais de uma hora, sem fisgar nem mesmo um único lambari! O tesouro já havia sido saqueado. Não sobrara nada. Desanimados, lá vamos nós de volta. E não é que, do outro lado, encontramos dois pescadores numa canoinha e um deles nos disse, candidamente: “Isso aí não é lagoa fechada não, moço. Lá no fundo tem uma passagenzinha escondida no mato que vai dar na outra curva do rio...” Decepção total. E pior ainda: devido ao tempo perdido, tivemos de optar por cortar caminho, arrastar os caiaques novamente e procurar a tal “passagenzinha”.
Nunca o acampamento pareceu tão distante. Em compensação, a euforia pós-exercício, desse que foi o mais longo dos dias, junto da fome e do extremo cansaço, fez da chegada ao acampamento uma festa que avançou noite adentro. O jantar preparado por Fernandão correspondeu às nossas necessidades – tinha “sustância”, como diz o caipira.

Dois dias depois, o sol ainda estava atrás da copa das árvores quando começamos a perceber uma mudança no rio, que ficava cada vez mais largo, ao mesmo tempo que a correnteza parecia quase cessar. Era a força do Araguaia, já próximo, cujas águas represavam seu afluente. A partir dali, o Cristalino, contido, forma um sem-número de alagados e lagoas unidas a ele por corrichos, como são chamados os canais que a tudo interligam. Uma região muito bonita, onde árvores e água se misturam em cores exuberantes. No cair do dia, prestes a chegar ao Araguaia, ponto final de nossa aventura, passamos por um bando de tuiuiús numa praia. Ao pousar na areia eles se acomodam dobrando parte de suas longas pernas. Cabeça negra, colar vermelho no pescoço e plumagem branca, pareciam senhores vestidos de summer jacket. Tinham um ar zombeteiro. Do jeito deles, nos davam adeus.


Fonte: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/449/artigo164036-1.htm

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CONHECENDO O CAIAQUE - PARTE II

O que é a estabilidade?




  A definição de estabilidade parece bastante clara para a maioria das pessoas. Um barco que não os joga na água é estável, e o que os joga, não o é. Apesar de parecer muito simples e lógica esta definição, como explicar o fato de que duas pessoas remando o mesmo barco têm opiniões diferentes sobre a sua estabilidade. É útil começar a compreender sobre o que significa estar "estável". A definição do dicionário é: Diz-se do equilíbrio que não se detrói com uma leve variação das condições. Em um caiaque queremos voltar a uma posição vertical depois de “uma leve variação das condições", isto é não queremos cair na água.

Estabilidade inicial versus estabilidade secundária

LOA - comprimento total do caiaque.


BOA - largura total do caiaque.

  Agora vamos falar mais sobre estabilidade e o que é estabilidade primaria e estabilidade secundária ou final. Caiaques com BOA(veja imagem acima)ou BOCA larga devem, sempre, ser mais estável do que caiaques com BOA estreita, né? Bem, não, nem sempre. Depende de que tipo de estabilidade estamos nos referirindo. Quando dizemos que um caiaque largo é mais estável do que um estreito, a estabilidade a que estamos nos referindo é a "estabilidade inicial" e a sensação de que o caiaque não vai virar, quando o estamos remando, mas isso  em águas calmas ou lisas. Caiaques com 70-80 cm de largura deve ter grande estabilidade inicial, tanto que, com um pouco de cuidado e bom equilíbrio, você provavelmente poderia levantar-se neles.

  E é precisamente por isso que muitos canoístas iniciantes se sentem mais seguros em caiaques com uma largura maior. Mas não é verdade que um caiaque largo é sempre mais seguro e mais estável do que um caiaque estreito. Sob certas condições, a estabilidade inicial pode realmente se tornar um obstáculo. Em condições de ondulações com vento lateral, zona de arrebentação ou mar mexido, é muito provável que um caiaque largo vire mais facilmente que um caiaque estreito. Por quê? Porque as mesmas características que dão um caiaque excelente estabilidade inicial, especificamente, a sua condição mais larga, também prejudica o seu desempenho em ondas. Caiaques largos, tem sempre uma boa estabilidade inicial, mas quando você os inclina, para além do ponto de gravidade, eles viram de repente. Isso porque eles não têm boa "estabilidade secundária" .

  "A estabilidade secundária" refere-se a estabilidade do caiaque quando ele é inclinado lateralmente (como quando uma onda o atinge pela lateral). Geralmente, um caiaque estreito possui melhor estabilidade secundária, mesmo que a sua estabilidade inicial seja "instável". Por quê? Porque você pode manter o tronco ereto, sem quase nenhuma inclinação lateral, um caiaque estreito pode se inclinar para coincidir com o declive de uma onda vinda de lado, e então passar sobre ele, sem causar muitos distúrbios tanto para o caiaque, quanto para o remador. Com uma largura estreita, o caiaque é menos atingido pela onda, portanto, torna-se menos propenso a capotar. Quando me pendem para exemplificar a diferença entre estabilidade primária e secundária eu uso a seguinte analogia: Imaginem duas cadeiras, uma é uma cadeira de quatro pernas (caiaque largo) e outra  é uma cadeira de balanço (caiaque estreito), ao se sentar na cadeira de quatro pernas você se sente bem estável, já que a mesma não se mexe, e ao se sentar na cadeira de balanço você se sente instável, pois a mesma se mexe para frente e para trás. Imaginem a seguinte situação: Você está sentado em cadeira de quatro pernas e é empurrado para trás, certamente você cairá de costas no chão. Agora imagine a mesma situação quando você estiver sentado em uma cadeira de balanço. É o mesmo  principio nos caiaques.


                                                               CAIAQUE LARGO
                     Estabilidade Primária                                                                            Estabilidade Secundária

CAIAQUE ESTREITO
                   Estabilidade Primária                                                                                      Estabilidade Secundária


  Para passarmos para outra características do caiaque,  vamos rever alguns pontos do prmeiro artigo, para que possamos compreender melhor sobre nossas embarcações.
                                                                          Chine
 O ponto onde o fundo do caiaque termina e onde começa as laterais do caiaque é chamado de chine (quina).

Existem 2 tipos:

• Chine Suave:  Que tem formato arredondado ou boleado, que proporciona uma excelente estabilidade secundária. A forma arredondada também aumenta a sua velocidade, já que diminui o arrasto com a água.  "Multi-chine" é um tipo de chine suave.

• Chine Rígido: Sua forma é nitidamente mais acentuada, formando ângulos, aumenta o controle e a estabilidade inicial. A chine rígido também pode ajudar quando bate uma onda e fazer uma curva.


LINHA D'ÁGUA (WATERLINE)


A linha d'água e a linha que traça exatamente até onde o casco do caiaque fica submerso.


Laterais

  As laterais de um do caiaque é parte que se extende a partir da linha d'água até o convés, os lados influem na estabilidade e na capacidade de manobrar o caiaque. As laterais podem ser:

• Flare (voltadas para fora ou abertas): é o ângulo que as laterais formam em relação ao casco de um caiaque onde ambos são voltados para fora ou abertas. Quanto mais virado para fora são laterais, maior é a estabilidade, porque grande parte do casco fica abaixo da linha d'água. Caiaques com lados flare tem maior estabilidade, mas são mais difíceis de manobrar.

• Tumblehome (voltados para fora e para dentro):  É quando parte da lateral é voltada para fora  e depois para dentro do caiaque. Isso cria uma estreita plataforma que facilita o remo, porém, ainda oferecem boa estabilidade.

• Straight: Esta forma é uma forma entre Flare e Tumblehome,  









Cascos (Hull)

Este é o corpo do caiaque, é outro fator determinante na forma como se comporta o caiaque na água.


Rounded hulls (cascos arredondados):  Tem menos resistência à água e, consequentemente, maior velocidade.

• V hulls (cascos em V): Oferecem menos estabilidade inicial, mas oferecem melhor estabilidade secundária e tem um melhor direcionamento em linha reta.

Flat-bottom hulls(Cascos de fundo plano ): Tem boa estabilidade inicial, mas somente em condições de água lisa, e não tem boa estabilidade secundária.


KAYAKS SOT

Califórnia Hull
 O casco  Califórnia é uma forma de casco usado quase exclusivamente em caiaque SOT, que combina os elementos do casco plano e um casco redondo. (Foi o casco que forneceu fama aos caiaques da Ocean Kayak). Esta combinação proporciona um bom desempenho de tracking , velocidade (quilha central arredondada), maior estabilidade (casco plano) e bom desempenho em águas agitadas (aquaplanagem). Os cascosas Califórnia podem ser encontrada com chines suave ou chines rígido.


                           Chine Suave                                                                                                       Chine Rígido


Flare Sponsors
Os Flare Sponsons,  é um recurso hidrodinámico usado no design dos cascos do caiaques, para aumentar a estabilidade, quando o caiaque é inclinado. Normalmente, o sponsons ficam acima da linha d'água e tem a função de servir como estabilizadores. Isto aumenta a largura do caiaque, comprometendo pouco a estabilidade secundária do caiaques. Quando o caiaque está em movimento e equilibrado, os sponsons ficam fora da água, diminuindo a largura e, assim, melhoraram a velocidade e planeio. Eles também podem desviar a pulverização para cima  do convés.


Por enquanto é só, no próximo capítulo, vamos falar de simetria, rocker e de tracking dos caiaques.

domingo, 12 de setembro de 2010

CONHECENDO O CAIAQUE - PARTE I

  Quando ingressei no mundo dos caiaques, me deparei com uma infinidade de expressões, as quais eu não tinha nenhuma intimidade, como: estabilidade primária, hull, rocker entre outras expressões em “caiaquês”, então tive que buscar informações sobre estas embarcações para que eu pudesse compreender melhor as mesmas, neste ínterim reuni vários textos e matérias que vou expor neste texto, que não tem a menor pretensão de ser original, nem tampouco finalizador do assunto, tem somente o intuito de ajudar os mais inexperientes e até mesmo os experientes, pois informação nunca é demais.

  Basicamente, os caiaques são compostos por três partes: casco, convés e cabine (cockpit). Essas partes são construídas separadamente em fibra de vidro e depois “soldadas” por um processo químico.

  Hoje em dia, novos materiais como o kevlar, o carbono e o polietileno estão sendo empregados, dando maior resistência e menor peso aos barcos. Existem modelos com o cockpit fechado internamente em forma de casulo, enquanto outros são totalmente abertos. A falta do casulo poderá aliviar o peso da embarcação, porém permitirá um maior alagamento em caso de capotagem.

  Todo barco, seja um caiaque ou um navio, possui qualidades provenientes da sua construção e outras que são derivadas das formas projetadas. As primeiras são ditas qualidades essenciais e podem ser representadas pela solidez, flutuabilidade e estanqueidade. As qualidades oriundas do projeto são ditas qualidades náuticas e se mostram pela resistência mínima à propulsão, manobrabilidade e estabilidade.

  A escolha do caiaque ideal (se é que isso existe) deverá levar em conta o tipo de atividade e o local onde ela será desenvolvida, por exemplo: a simples recreação em lagos e represas, pequenos trajetos em rios de águas tranqüilas, longas expedições em águas costeiras, descidas de corredeiras (águas brancas), a prática de canoagem em ondas, a necessidade de transportar bagagem, o emprego do caiaque para realizar fotografias, pesca, mergulho e etc.

  Nenhum barco reúne todas as qualidades desejáveis. Você terá que abrir mão de alguma coisa para ter um ganho em outra. Assim, uma grande estabilidade estará se opondo a um ganho em velocidade, uma boa manobrabilidade estará se confrontando com a capacidade do barco manter-se em linha reta e a estabilidade inicial (primária) estará duelando com a estabilidade final (secundária). A melhor forma para escolher um barco é experimentá-lo em várias situações (calmaria, correnteza, turbulência, ondas, vento, etc.), observando as características fundamentais como a velocidade, tracking, manobrabilidade, estabilidade inicial e final.

Tipos de caiaques

Há diversas modalidades de caiaque, cada qual adequado a um propósito específico. A fim de compreender mais sobre os barcos, conheça os seguintes termos:
• popa - traseira do barco

• proa - frente do barco

• casco - fundo do caiaque

• chine - curva entre as laterais e o fundo

• rocker - porção da curva entre a popa e a proa que fica acima da linha da água

• flare - ângulo das laterais com relação ao casco







Caiaques Oceânicos e de Turismo
  Os caiaques oceânicos ou de turismo são longos, estáveis e têm muito espaço interno para carga. Os cascos são chatos, as chines são rijas e largas, o que lhes dá um flare amplo. Isso torna essa variedade menos manobrável, mas veloz em linha reta. Os caiaques desse tipo também deslizam mais a cada remada, de modo que são mais eficazes do que os tipos esportivos mais curtos. Podem vir em versões com um ou dois assentos e muitos dispõem de lemes que ajudam nas manobras. Pode-se sentar do lado de dentro do caiaque ou escolher modelo que permita sentar em cima - mais parecido com uma canoa.




Caiaques de águas brancas

  Os caiaques de água branca são mais curtos e um pouco menos estáveis, mas muito mais manobráveis. Também são mais duráveis e construídos para enfrentar o desgaste nas manobras em corredeiras. Com comprimento típico de 2,5 metros e cascos arredondados, eles têm chines mais suaves e flare mínimo. Isso ajuda nas manobras e na rolagem porque a porção do caiaque que faz contato com a água é menor. Eles também exibem considerável rocker, o que também ajuda limitar o contato com a água. Todos os caiaques para uso em corredeiras são modelos em que o usuário se senta do lado de dentro, e nenhum tem leme, estes caiaques também são utilizados para a prática de caiaque-polo.



Caiaque Surf

Os caiaques de surfe não diferem muito dos caiaques para água branca. Uma grande diferença está no rocker. Os caiaques de surfe só tem rocker do lado da proa - a popa é plana, como a de uma prancha de surfe. Muitos caiaques de surfe também têm quilhas de manobra, assim como as pranchas.



Caiaque Recreacional


Os caiaque recreacionais, como o nome já diz, são os caiaques que se utiliza para passeios e atividades recreacionais de curta durabilidade, este tipo de caiaque foi consagrado pelos sit-on-top rotomoldados de plástico, talvez estes sejam o tipo de caiaques mais vendidos no mundo. Por este motivo dediquei um capitulo inteiro a eles e outro dedicado somente a caiaques de pesca. Então falaremos sobre eles mais adiante.

  Os caiaques podem ser feitos de diferentes tipos de material. Os caiaques de surfe são quase sempre integralmente de fibra de vidro - os modelos para corredeiras são muitas vezes feitos de plástico. Isso acontece porque o plástico tradicional não oferece a rigidez e o baixo peso da fibra de vidro. Os caiaques oceânicos são geralmente (aqui no Brasil), feitos de fibra, mas podem ser produzidos com madeira ou de plástico. Mas no exterior os caiaques oceânicos são na sua maioria feitos em plástico.  Alguns dos caiaques para corredeiras mais modernos são feitos de Kevlar, um material mais leve e mais resistente.

  O material usado tem o maior impacto sobre o preço de um caiaque. O plástico é o mais barato, mas também o mais pesado. A fibra de vidro é 20% mais leve que o plástico, mas custa cerca de 20% a mais. O Kevlar é o mais leve e o mais resistente de todos, mas custa duas vezes mais que a fibra de vidro. O peso é algo que precisa ser considerado porque, infelizmente, você passará mais tempo fora do caiaque do que dentro dele. Isso significa carregar o caiaque, instalá-lo e removê-lo do rack no teto de seu carro.

Também é possível optar por um caiaque tradicional de madeira, que são verdadeiras obras de arte, ou por um modelo inflável. Os caiaques infláveis são leves e mais duráveis do que possa imaginar.

No próximo capítulo, estudaremos sobre estabilidade e tipos de cascos.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

REMANDO NAS ILHAS DE DARWIN

Caiaque nas ilhas que inspiraram a teoria de Darwin!!!!!!


Por Jeff Kinney


Em um lindo dia de janeiro perto de Espanola Island, um pedaço de 23 quilômetros quadrados de rocha vulcânica preta no canto sudeste do Arquipélago de Galápagos. Mal a minha esposa Hilary e eu mergulhamos nossos remos na água , uma cabeça marrom, peluda aparece, uns cinco metros de distância, e nos observa. Era um leão-marinho jovem, e continuava observando o estranho de plástico, para ele,  e as duas criaturas sentadas em cima dele, mas sem medo. Como todos os outros animais, aqui, ele aprendeu que os seres humanos que, periodicamente, aparecem do nada nos seus grandes navios de cruzeiro ruidosos, mas não lhe causam o menor dano. E assim  ele se vai num piscar de olhos,  e vimos apenas um traço castanho desaparecendo nas profundezas sob o nosso sit-on-top.
Eu agora assumo que , para mim, Galápagos era um desses destinos exóticos confinados nos livros de cabeceira. Sim, Darwin desenvolveu sua teoria da evolução ali, e sim, o arquipélago tem algumas formas de fauna e flora exóticas. Mas de alguma forma permaneciam guardados no final da minha lista de viagens, até que comecei a ler mais sobre o lugar.
Eu aprendi que essas rochas vulcânicas em grande parte são estéril e  que brotaram do oceano de cinco a 10 milhões de anos atrás, cerca de 600 milhas a oeste do Equador, é um dos lugares verdadeiramente mais importantes do mundo. Vinte e três espécies de répteis terrestres e 50 mil leões-marinhos vivem lá, junto com 1,6 mil espécies de insetos e mais de 500 variedades de peixes. Muitos desses animais não são encontrados em nenhum outro lugar da Terra, na verdade, alguns evoluiram exclusivamente nesta cadeia de ilhas.


Infelizmente, também é constantemente  o assédio de espécies invasoras e outras ameaças ambientais. Hilary e eu desejamos ter visto  Galápagos antes do aquecimento global e antes de alguma especie invasora, trazida pelos humanos, tivesse se instalado ali, mas agora já não é mais possível.
Então aqui estamos em um curto passeio de caiaque partindo de um pedaço de terra que, em grande parte é desprovida de vida vegetal, salvo algum arbustos e manchas de grama. À primeira vista, você não acha que alguma coisa poderia sobreviver aqui. Mas estaria errado. À medida que remaravamos ao longo da costa, se avista falésias manchadas de branco pelos excrementos das aves sobrevoavam nossas cabeças.

Remamos pela costa rochosa da ilha, mantendo uma distância prudente das ondas que quebravam em cima formações feitas por larva negra endurecida, como nosso caiaque tinha um fundo de acrílico, viamos uma infinidade de peixes multi-coloridos por todo os recifes. Depois de algum tempo, ouvimos um splash suave à nossa direita e ao olharmos vimos  uma tartaruga verde que colocava sua cabeça fora da água para nos olhar.
Passamos o resto da nossa pequena viagem explorando recantos e fendas nas rochas e à procura de animais selvagens.

Todas as atividades em Galápagos são estritamente reguladas para proteger o ambiente frágil, o uso do caiauque é limitado a alguns locais. Dito isto, a experiência de remar aqui é diferente de qualquer outra no mundo por causa da flora e fauna únicas, por isso vale a pena o esforço para encontrar uma linha de cruzeiro que oferece caiaques para uso dos hóspedes, sempre que possível. A empresa de turismo que escolhemos, Ecoventura (http://www.ecoventura.com/home.aspx / 305-262-6264), é bem administrada e são ecologicamente sensíveis, com embarcações relativamente pequenas  e guias experientes, que irão mostrar-lhe os melhores pontos para você remar na ilha.

Outra opção, enquanto estiver remando e fazer um mergulho de snorkel, onde você pode encontrar um leão-marinho ou um pinguim de Galápagos, nadando tranquilamente perto de você. É uma experiência de snorkeling com caiaque, como nenhuma outra.

Matéria retirada do  site http://canoekayak.com/ e traduzida por Caiaque&Cia.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

GAROTO DE 9 ANOS CAPTURA PEIXE DE 26 QUILOS ABORDO DE CAIAQUE

Quando o despertador tocou as 3:00 da manhã sábado, David Kittrell saiu da cama, foi até a cozinha para fazer café e, em seguida, acordou seu neto, de 9 anos Louviere Cody.

O avô e seu neto carregaram o caminhão com dois caiaques e seus materiais de pesca. Ás 03h30 a dupla já estava na estrada rumo a costa, distante  2 horas e meia, para um dia pesca de caiaque.
Cody havia pescado com seu avô muitas vezes no barco a motor, mas esta seria sua primeira vez em um caiaque e viria a ser uma das campanhas mais memoráveis de sua vida.
 "Devido a um  derramamento de óleo, a pesca foi proibida no lado leste da auto-estrada 1, mas ainda estava liberada para a pesca no lado oeste da rodovia, que é onde nós escolhemos a pescar", explicou Kittrell.
Às 06h30, Cody e seu avô descarregaram os caiaques e dirigiram-se para a água para começar um dia de pesca.
"Nós remamos para o oeste até que avistei um pequeno lago."  No lago começaram a pesca do red fish, com anzol e  isca de camarão. De acordo com a Kittrell, dentro de 30 minutos eles pegaram dois red fish de bom tamanho. Como as ações pararam decidiram ir para outras lagoa.
Lá, Cody tem dois ataques em sua linha, mas perdeu os dois peixes.
 Cerca de meio-dia, Cody começou a luta que ele jamais esquecerá.
A vara vergou que quase não conseguia segura-la , gritando:" Socorro, eu preciso de ajuda!" .
 "Ele tinha um olhar de pânico impresso no rosto," recordou Kittrell.
 Entretanto, Cody já tinha feito isso antes no barco a motor de seu avô.Hoje não foi diferente e Kittrell gritou de volta: "Não, Cody, você pode fazer isso!"
Em poucos segundos o peixe explode na superficie da água e os dois rapidamente percebem que Cody não tinha capturado um peixe pequeno. Em vez disso, ele tinha um monstro no final de sua linha.
 "Eu sabia que o peixe era pelo menos tão grande como Cody e eu inicialmente pensava que era um mero" disse Kittrell .
Como ele remou para perto do caiaque de Cody, o peixe em pânico, começou a correr.
Kittrell disse Cody para puxá-lo de volta e como o peixe se aproximou, ele podia ver que o peixe era um enorme "black drum".  "Era o maior que eu já tinha visto", disse Kittrell.  "E eu tenho anos de pesca em  águas salgadas  na minha vida."
Ficou imaginando como Cody iria embarcar o "black drum" com apenas um pequeno passagua e sem nenhuma fisga a bordo de seu caiaque.  David lançou a rede do mergulho e levantou o peixe pela cauda que restara para fora da rede.  Embora o peixe se debatesse descontroladamente para não ficar no barco e Cody e seu avô encharcados, eles decididamente não iam deixar o peixe escapar. Os caiaques a ponto de afundarem, mas para sorte dos dois isso não aconteceu e conseguiram embarcar o peixe.
Cody e seu avô sabiam que eles tinham um peixe especial, possivelmente uma quebra de recorde, e retornaram o mais breve possível pesar os peixes na loja de isca.
 O black drum pesava 26 kg e media mais de 49 centímetros de comprimento.

História retirada do site http://www.weeklycitizen.com/ e traduzida por Caiaque&Cia

DANÇANDO COM BALEIAS


As águas de Dana Point, na Califórnia do sul tem sido um destino de verão favorito dos observadores de baleias.  Embora existam vários tipos de embarcações a partir da qual buscam os avistamentos de baleia azul, a experiência de estar em um barco - assistindo as maiores baleias do mundo através de binóculos - não se compara a um encontro de perto abordo de um caiaque oceânico. "Parecia que a cena no filme O Segredo do Abismo, onde isso era como uma ilha emerge, jorrando, próximo a você.", diz Mark Sanders do seu encontro com os montros azuis a bordo de um caiaque oceânico. Mark e seu caiaque tem excursionado pelo mar da costa da Califórnia, nos últimos 12 anos.
As fotos postadas aqui e em  entrevista a revista Canoe e Kayak, Mark Sanders narra a história de um de seus espetaculares encontros com  da baleia azul, até a presente data.

C & K: Então você foi ficando íntimo das grandes baleias azuis.
 MS: Eu estive próximo delas algumas vezes e não é tão assustador, mas a primeira vez que uma surgiu, bem perto de mim, quase entrei em pânico. Agora me sinto avontade com elas, e elas sabem que estou por perto, pois emergem próximo do meu caiaque. Eu me sinto muito seguro perto delas. Ainda sinto a emoção do primeiro dia em que as vi.

C & K: Conte-nos sobre  a primeira vez em que você avistou as baleias azuis em seu caiaque.
MS: A primeira vez que eu via uma baleia azul de caiaque, há uns cinco anos, e a  partir dai todos os anos eu encontro com elas nos meses de julho e agosto em Dana Point, que parece ser a área mais ativa para aparição das baleias azuis, cerca de três milhas da costa.

C & K: Há que distância vc estava desta baleia, quando ela surgiu?
MS: Eu acho que aproximadamente há uns 20 mts. A coisa boa sobre esta baleia - mais do que qualquer baleia que eu já vi - é que ela passou muito tempo superfície até que mergulhasse novamente. Acho que ela estava se alimentando.

C & K: O que você fez quando a avistou?
MS: Eu tinha a minha Canon DSLR em  volta do pescoço e remei como um louco para chegar perto o suficiente para conseguir algumas fotos dessas baleias. Estava excitado, tremendo, tentando obter uma boa imagem, e elas sempre em movimento. Foi muito emocionante esta perseguição.


C&K: Como você classifica esse dia?
MS: A primeira vez em que eu vi a baleia azul abordo de um caiaque ocêanico, eu classifico como um dos melhores dias da minha vida.








Entrevista extraida da Revista Canoe & Kayak http://www.canoekayak.com/features/paddling-news/, traduzida por Caiaque & Cia.

Marinha salva homem que passou noite no mar num caiaque.


A Marinha Portuguesa informou esta quarta-feira que resgatou esta manhã do mar, a 16 milhas a sul de Sagres, um homem que passou a noite num caiaque, que estava a afunda-se quando os meios de salvamento chegaram ao local.

O homem, de origem grega mas com nacionalidade sueca, de 35 anos, fez o pedido de socorro através de um rádio que se encontrava na sua posse, pedido esse que foi registado pelo Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa às 09h04, e quando foi resgatado apresentava sinais de hipotermina, explicou à Lusa do comandante da capitania do porto de Sagres.

"No dia 01 de Setembro de 2010, pelas 09h04, a Marinha, através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, recebeu um alerta de socorro via VHF CH 16 de um tripulante num caiaque, com 5,35 metros de comprimento, a 16 milhas náuticas a sul de Sagres, que se encontrava à deriva e a embarcar água", informou a Armada num comunicado.

A mesma fonte precisou que "o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa desencadeou os procedimentos de coordenação das acções de busca e salvamento, tendo empenhado a lancha da Marinha N.R.P. 'Escorpião', o Salva-Vidas 'Diligente' do Instituto de Socorros a Náufragos de Sagres, o navio mercante 'Botnia' e o helicóptero da Força Aérea Portuguesa EH-101 Merlin".

"Às 12h02, horas locais, o caiaque foi localizado pela lancha da Marinha N.R.P. 'Escorpião', tendo sido resgatado o único tripulante que se encontrava a bordo.

A vítima apresentava sinais de hipotermia, tendo recebido cuidados de primeiros socorros a bordo da lancha", disse ainda a Marinha no comunicado, acrescentando que "o tripulante chegou ao porto da Baleeira (Sagres) pelas 13h46, horas locais, a bordo do N.R.P. "Escorpião", não tendo sido necessário qualquer assistência médica posterior".

O comandante do porto disse à Lusa que o homem "chegou a Sagres por terra, na noite passada, e cerca das 22h00 decidiu ir para com o caiaque para o mar para, segundo ele, fazer algumas experiências".

"Andou toda a noite no mar e só cerca das 09h00 fez o pedido de socorro. O homem terá pouca experiência de mar e também achámos estranho que tenha decidido fazer as experiências à noite, mas pensamos que até determinada altura terá tido a esperança de conseguir regressar pelos seus meios", afirmou o oficial.

Cruz Martins frisou que "no caiaque havia algum equipamento, incluindo um rádio, com vários canais e um botão específico para pedir socorro, que foi accionado".

"Quando a lancha Escorpião chegou ao local, o homem já se encontrava no mar, porque o caiaque já se encontrava danificado e tinha metido muita água, estando quase submerso", disse ainda o comandante do porto, acrescentando que a bordo da lancha "foi aquecido e foram-lhe dadas bebidas quentes" para tratar a hipotermia, tendo depois ficado bem fisicamente.

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